Descaramento
Há
coisas, que parecendo mentira, são afinal, verdade.
Vem a isto a
propósito de uma iniciativa que vai ter lugar no próximo dia 30 de
Maio na Aula Magna, devidamente preparada e convocada, pelos
habituais pedantes que do alto das suas cátedras anunciam um mundo
novo, mesmo quando não mexem uma pallha palha a contribuír para
isso!
Parece que se juntam para debater os “2 anos de tróika”,
algumas figuras que se acham a si próprias, serem das “esquerdas”,
e com um figurão de cartaz. Uma figura de renome nacional e
internacional, pois não são pequenos os serviços prestados ao
imperialismo através dos variadíssimos tentáculos da reacção
internacional, no país e por esse mundo fora... Nem mais, Mário
Soares, o “pai da democracia portuguesa” segundo tudo o que é
dito por "cão e gato" das forças mais reaccionárias e
anti-Abril do país, um amigo da “Europa connosco” de du ami
Miterrand, que feriu de morte a nossa independência e soberania
nacionais. O mesmo Mário Soares, cavernáculo e caceteiro
anti-comunista, pai da contra-revolução institucional, e da
contra-revolução orgânica, de assobiar para o lado face à
sabotagem e atentados do ELP e do MDLP, agindo de forma brutal contra
a Constituição de Abril.
É este truculento reacionarão e
anti-comunista, sectário, desavergonhado senhor do sistema, que é
convidado (e eventualmente, como noutras iniciativas, o
impulsionador) desta oportunista iniciativa.
Percebe-se que
alguns, almejando qualquer migalhita de poder, se entreguem ao
deboche, e esqueçam o real papel de Mário Soares, na desdita
situação dos trabalhadores e povo deste país. Do consulado do PS
sózinho em que era primeiro.ministro, iniciado com a lei dos
Contratos a prazo, a Lei anti-Reforma Agrária, as Revisões
Inconstitucionais da Constituição de Abril, descaracterizadoras e
liquidacionistas...
Percebe-se a pressa daqueles que alimentam
nesta “democracia” dos poderosos, porque só existem com ela,
alimentam-se dela...
Não se percebe é a participação
daqueles, que pertencem ao campo das forças mais consequentes, que
estão ao serviço dos trabalhadores e do povo. Uma promiscuidade
inaceitável e ultrajante, para esconder e branquear as altas
responsabilidades do PS na dramática situação em que o povo e o
país se encontram.
Depois, a somar tudo, o profundo equívoco em
que os “insígnes” convocantes, colocam os incautos. O
desaparecimento e da “tróika” estranjeira e “tróika”
nacional, e a sua substituição por apenas a”tróika”... Um
equívoco oportunista, para facilitar a desculpa ao Mário Soares e
ao PS de Guterres, Ferro Rodrigues, Sócrates e Seguro, nas tropelias
feitas aos que sempre têm pago as favas, nesta democracia ao serviço
do grande capital e da grande finança.
Um logro que necessita de
ser denunciado! De facto os “2 anos de tróika”, foram, estão a
ser, os 2 anos de seguimentos dos 36 de política de direita de
Governos do PS, PSD e CDS, em conluio com o FMI, BCE e UE, ao serviço
dos monopólios, e da subjugação dos povos aos seus interesses,
onde os trabalhadores pagam a opulência de meia dúzia. Ou seja, o
resultado da política feita como que por Conselhos de Administração
se tratem, ao serviço da burguesia, ao serviço do capitalismo
enquanto sistema sócio.económico.
Por isso tem cada vez mais
sentido, a luta na rua. Mas que ela seja a expressão concreta da
luta que se trava lá, no local de trabalho, onde se antagonizam os
interesses de classe distintos entre trabalho e capital. O momento é
para conjugar e potenciar todos os esforços, toda a luta, que
coloque na ordem do dia o Socialismo, como única alternativa ao
capitalismo!
Não às “tróikas” nacional e estranjeira!
(27
de Maio, dois dias depois da impressionante concentração promovida
pela CGTP-IN junto ao Palácio de Belém)
Luís
Piçarra
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