segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sobre o Debate "2 Anos de Tróika" de Mário Soares & Cia

Descaramento

Há coisas, que parecendo mentira, são afinal, verdade.

Vem a isto a propósito de uma iniciativa que vai ter lugar no próximo dia 30 de Maio na Aula Magna, devidamente preparada e convocada, pelos habituais pedantes que do alto das suas cátedras anunciam um mundo novo, mesmo quando não mexem uma pallha palha a contribuír para isso!

Parece que se juntam para debater os “2 anos de tróika”, algumas figuras que se acham a si próprias, serem das “esquerdas”, e com um figurão de cartaz. Uma figura de renome nacional e internacional, pois não são pequenos os serviços prestados ao imperialismo através dos variadíssimos tentáculos da reacção internacional, no país e por esse mundo fora... Nem mais, Mário Soares, o “pai da democracia portuguesa” segundo tudo o que é dito por "cão e gato" das forças mais reaccionárias e anti-Abril do país, um amigo da “Europa connosco” de du ami Miterrand, que feriu de morte a nossa independência e soberania nacionais. O mesmo Mário Soares, cavernáculo e caceteiro anti-comunista, pai da contra-revolução institucional, e da contra-revolução orgânica, de assobiar para o lado face à sabotagem e atentados do ELP e do MDLP, agindo de forma brutal contra a Constituição de Abril. 

É este truculento reacionarão e anti-comunista, sectário, desavergonhado senhor do sistema, que é convidado (e eventualmente, como noutras iniciativas, o impulsionador) desta oportunista iniciativa. 

Percebe-se que alguns, almejando qualquer migalhita de poder, se entreguem ao deboche, e esqueçam o real papel de Mário Soares, na desdita situação dos trabalhadores e povo deste país. Do consulado do PS sózinho em que era primeiro.ministro, iniciado com a lei dos Contratos a prazo, a Lei anti-Reforma Agrária, as Revisões Inconstitucionais da Constituição de Abril, descaracterizadoras e liquidacionistas... 

Percebe-se a pressa daqueles que alimentam nesta “democracia” dos poderosos, porque só existem com ela, alimentam-se dela... 

Não se percebe é a participação daqueles, que pertencem ao campo das forças mais consequentes, que estão ao serviço dos trabalhadores e do povo. Uma promiscuidade inaceitável e ultrajante, para esconder e branquear as altas responsabilidades do PS na dramática situação em que o povo e o país se encontram.

Depois, a somar tudo, o profundo equívoco em que os “insígnes” convocantes, colocam os incautos. O desaparecimento e da “tróika” estranjeira e “tróika” nacional, e a sua substituição por apenas a”tróika”... Um equívoco oportunista, para facilitar a desculpa ao Mário Soares e ao PS de Guterres, Ferro Rodrigues, Sócrates e Seguro, nas tropelias feitas aos que sempre têm pago as favas, nesta democracia ao serviço do grande capital e da grande finança.

Um logro que necessita de ser denunciado! De facto os “2 anos de tróika”, foram, estão a ser, os 2 anos de seguimentos dos 36 de política de direita de Governos do PS, PSD e CDS, em conluio com o FMI, BCE e UE, ao serviço dos monopólios, e da subjugação dos povos aos seus interesses, onde os trabalhadores pagam a opulência de meia dúzia. Ou seja, o resultado da política feita como que por Conselhos de Administração se tratem, ao serviço da burguesia, ao serviço do capitalismo enquanto sistema sócio.económico. 

Por isso tem cada vez mais sentido, a luta na rua. Mas que ela seja a expressão concreta da luta que se trava lá, no local de trabalho, onde se antagonizam os interesses de classe distintos entre trabalho e capital. O momento é para conjugar e potenciar todos os esforços, toda a luta, que coloque na ordem do dia o Socialismo, como única alternativa ao capitalismo!
Não às “tróikas” nacional e estranjeira!

(27 de Maio, dois dias depois da impressionante concentração promovida pela CGTP-IN junto ao Palácio de Belém)

Luís Piçarra

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