A
terra tem tudo
e
plantando é que dá.
E
plantaram e plantaram
ou
já estava plantado.
A
floresta amazônica,
o
rio e os peixes
e
o balacubau.
A
caatinga existia
com
a braúna,
o
mandacaru
e
o gravatá cariango.
As
coxilhas do Sul,
o
maciço do Atlântico,
a
Serra do Mar,
os
pinheiros erguidos,
o
rio Amazonas,
o
rio São Francisco,
o
rio Paraná...
Canaviais
assobiando,
cortina
verde estendida
sobre
imensa extensão.
E
plantaram café
e
cacau e borracha...
E
plantaram erva-mate...
Com
o escravo e o imigrante
tudo
se fez.
Comidas
meu santo,
a
mulata, a morena...
e
até a loura surgiu.
A
índia já havia,
a
gringa veio depois.
Quem
atrapalhou
foi
gente de fora
que
não trabalhou.
Eu
canto a terra...
Todos
sabem que outra
mais
garrida não há...
“Teus
risonhos, lindos campos têm mais flores”...
Bom!
Lírios já houve,
mas
agora é que não.
Eu
canto a terra,
eu
canto o povo...
Cantam
os poetas
e
cantando vão...
Carlos
Marighella
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