Hoje,
25 de Abril de 2013, comemoramos o 39º aniversário daquela que
ficou conhecida por “Revolução dos Cravos”. Revolução essa
que constituiu um marco importantíssimo na longa história do nosso
país e, sem dúvida, um dos seus capítulos mais belos e
apaixonantes. Sonho, Liberdade, Justiça, Igualdade, Fraternidade e
Democracia são, alguns dos termos, conceitos e palavras que
facilmente associamos a esta data e, todos os anos, quando chega a
altura de assinalar mais um aniversário deste acontecimento, são-nos
reproduzidos ecos, experiências e sentimentos que dão conta do
profundo impacto que a Revolução teve na sociedade portuguesa e nos
valores, exemplares, que a mesma deveria prosseguir e/ou pelos quais
se deveria reger.
O 25 de Abril de 1974 pôs
termo ao “Estado Novo” Fascista, Ditatorial, Totalitário e
Assassino que perseguia, torturava e exterminava todos aqueles que se
lhe opunham e faziam frente. Colocou o ponto final numa Guerra
Colonial injusta e sanguinária, e reconheceu o direito à
independência e auto-determinação dos povos. A Revolução de
Abril devolveu-nos o sufrágio universal, a liberdade de expressão,
de organização e a livre associação, restabeleceu o respeito
pelos Direitos Humanos e a Democracia, criou um Estado Social ao
serviço da população e “disparou” rumo ao Socialismo. Os
ideais de Abril e as suas experiências marcantes são um exemplo,
para todos, de que sonhando, lutando e estando ao lado do povo e das
suas aspirações, é possível alcançar algo mais, de que podemos
viver em maior solidariedade, de que é possível um país e
sociedade mais justos, igualitários, livres, democráticos e
desenvolvidos.
Contudo, passados trinta
e nove anos, a realidade é bem diferente daquela por que muitos
homens e mulheres lutaram e deram as suas vidas. À questão “o que
foi o 25 de Abril?”, grande parte da população dá a, curta e
pouco entusiasta, resposta, “foi a Revolução dos Cravos”, não
sabendo, por desinformação ou falta de interesse, explicar e
explicitar o fenómeno de uma forma mais profunda. Os anos passaram
e, hoje, tirando o dia em que se celebra e comemora o aniversário da
Revolução, muitos esqueceram os seus ensinamentos e exemplos. Para
esta situação, muito contribuíram os constantes ataques e
sabotagens que se fizeram às conquistas que o 25 de Abril de 1974
trouxe para os portugueses. Começando, logo, pelo Golpe de Estado
contra-revolucionário de 25 de Novembro de 1975 que pôs termo ao
PREC (Período Revolucionário em Curso), período mais progressista
e de maior desenvolvimento a que o nosso país alguma vez assistiu;
passando pelas diversas revisões constitucionais que visaram,
apenas, a destruição de inúmeros direitos e benefícios sociais,
para legalizar e legitimar uma política económica capitalista
neo-liberal, que sempre desrespeitou os interesses do povo português;
e, culminando, no esquecimento intencional que se advoga na forma
como tratam o episódio 25 de Abril nos, próprios, livros escolares
e no ensino em geral.
Podem querer esquecê-los
e tentar apagá-los, eles são incómodos, (especialmente para os
partidos políticos com responsabilidades de governação em Portugal
– PS, PSD e CDS – e seus representantes), mas os ideais de Abril
e os seus “ventos” são mais actuais hoje do que nunca. A
política de Direita que tem pautado a (des)governação do nosso
país está gasta, nunca fez parte da solução e sempre representou
o maior problema. Os ataques contra os direitos dos trabalhadores; a
ofensiva contra os estudantes e os reformados; a deterioração do
Estado Social e da qualidade de vida; a aniquilação do nosso
aparelho produtivo e a privatização da grande riqueza nacional; o
crescente sentimento de impunidade e injustiça na nossa população;
a insegurança que se sente no dia-à-dia; as disparidades sociais e
o constante aumento do fosso entre ricos e pobres; o desemprego
galopante; o aumento sistemático dos impostos e os congelamentos
salariais; a leviandade com que grandes empresários auferem milhões
e os grupos económicos dobram e triplicam os lucros; etc...São todo
um conjunto de situações que nos mostram como é necessário
recordar Abril, como é preciso tomar consciência que os ideais de
Abril foram traídos e não estão a ser respeitados, como é
fundamental o povo português despertar e tomar para si as rédeas do
nosso país, punindo aqueles que sempre lhe negaram as suas mais
amplas e justas aspirações.
Ao cabo dos meus 25 anos, não vivi Abril, mas não lamento, porque acredito ser muito mais necessário, agora, lutando para que ele seja retomado. Como muitos outros
portugueses e portuguesas, acredito no 25 de Abril e nas portas que
ele abriu para o nosso país e sociedade. Continuarei a recordá-lo e
a relembrá-lo, e prosseguirei na luta pela concretização dos seus
princípios e valores. A Revolução de Abril, a revolução do povo
português, foi a mais ampla conquista de direitos sociais no nosso
país, o maior exemplo da força de vontade de um povo na luta pela
sua emancipação, pela justiça, pela liberdade, pela democracia e
pelo socialismo, foi um processo de transformação radical da
sociedade portuguesa. O 25 de Abril, hoje, no seu 39º aniversário,
continua vivo nos nossos corações, não acabou e, mais tarde ou
mais cedo, será retomado por todos aqueles que juraram defendê-lo,
que juraram lutar por ele e que juraram estar sempre, sempre, ao lado
do Povo e dos Trabalhadores.
25 de Abril Sempre,
Fascismo Nunca Mais!
Abril de 2013
Francisco Dias Ferreira
Sempre! Fascismo nunca mais!
ResponderEliminarFascismo nunca mais! mas eles e os descendentes andam por aqui! Estão a deitar a cabeça de fora. Cuidado!
ResponderEliminarEu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote (89 anos),afirmo aqui que os pulhas,os trafulhas,os hipócritas,os cínicos,os velhacos,os espertalhões da Alta,da Média,da Pequena Burguesia com destaque para os Vigários de Cristo mas também gente da Plebe que sabiam como tirar o melhor partido da Ditadura clerical-fascista do Estado Novo,agora em liberdade e «democracia» e com o liberalismo económico-financeiro em que cada qual se safa como pode,ÊLES,seus descendentes,seus apaniguados e os «filhos da mesma escola»,muito melhor sabem como tirar o melhor partido desta Situação.Sòmente os bem intencionados ou os palermas como eu,é que foram,são e serão sempre as eternas vítimas.E não esquecer que ÊLES estão a vingar-se do 25 d'Abril. A Pátria-Mãe p'ra mim madrasta/empurou-me p'rà emigração/ e maldita seja a Governação/que Portugal p'rà miséria arrasta.
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