terça-feira, 23 de abril de 2013

Anti-Stalinismo: Uma Arma do Anti-Comunismo (I)

"Devo dizer em sã consciência camaradas, que eu não mereço metade desses elogios que têm sido ditos aqui sobre mim. Ao que parece, por esses elogios, sou o Herói da Revolução de Outubro, o líder do Partido Comunista da União Soviética, o guerreiro lendário, entre outras coisas... Isto é absurdo camaradas, e um exageiro desnecessário. É o tipo de coisas que normalmente é dita na tumba de revolucionários falecidos. Mas eu não tenho intenção de morrer ainda... Eu realmente era, e ainda sou, um dos pupilos dos trabalhadores das oficinas da ferrovia de Tiflis." (J. V. Stalin: Obras, Volume 8; Moscovo; 1954)

Mas a história tem sempre o seu carácter objectivo, os os factos objectivos são os que são. Durante a vida I Internacional dos Trabalhadores de que K. Marx para além de fundador era o seu principal dirigente, Bakunin, para depois renegar e renunciar a Marx, fez o percurso do elogio oportunista para ganhar espaço na Direcção da I Internacional: ... “Sou seu discípulo, e sinto-me orgulhoso disso.” (dirigindo-se a K. Marx)... Gorados os planos de usurpação da direção da I Internacional, injuriou Marx, dizendo que Marx, “como alemão e judeu, é dos pés à cabeça um autoritário”...

Também o renegado Kautsky, dirigente da II Internacional bernsteniana, também utilizou expressões vexatórias para injuriar, e negar o papel e as extraordinárias capacidades científicas e de marxista convicto como o que foi Lenine. Caluniando contra Lenin, apelidou-o de ser “o deus dos monoteístas”, e dizendo que Lenine havia “reduzido o marxismo não só à condição de uma religião de Estado, mas também à de uma superstição medieval ou oriental”...

Os mesmos tiques e propósitos saíram da boca de Trotsky ao injuriar Stáline, dizendo que Stáline era um “déspota”... e de que “Stálin, o burocrata, estabeleceu o infame culto ao chefe, atribuindo-se-lhe santidade”...

O anti-stalinismo nasceu exactamente da mesma forma e pelas mesmas razões, como nasceu o anti-leninismo. O que dizia a burguesia de Lénine quando da vitória da Revolução de Outubro, e do “desenho” da futura sociedade e do poder exercido pelos trabalhadores? O ódio da burguesia, dos seus sistemas e partidos, aos protagonistas da vitória da Revolução que iniciou o período da passagem do capitalismo ao Socialismo, suscitou a organização do aparelho ideológico para a diabolização do Socialismo e do Comunismo e daqueles que o personificavam. Uma máquina que não poupou esforços, meios e somas avultadíssimas de dólares, marcos, libras e francos para a tarefa de transformar a mentira em verdade. Uma máquina que conseguiu êxitos, e que se mantém com uma permanente actividade. Enquanto existirem exploradores, a máquina dos seus interesses também existe. A sua génese é o anti-comunismo! O anti-stalinismo, é uma arma do anti-comunismo. Quando se elege Staline como alvo, elege-se o Socialismo, as suas conquistas e realizações, como o alvo. Staline, ainda em vida de Lenine, foi eleito em 1922 Secretário Geral do Partido Comunista (bolchevique) da Russia. Cargo que ocupou até à sua morte em 1953, apear de em pelo menos dois momentos ter pedido ao Comité Central que lhe fossem retiradas essas responsabilidades.

Falamos de um Staline,- que sucedeu a Lenine na direcção do primeiro Estado Operário-Camponês, o novo Estado onde o objectivo dos “comunards”, de assalto aos céus, foi concretizado como obra da classe operária, dos camponeses, dos intelectuais progressistas, dos soldados e marinheiros, da generosidade revolucionária da juventude, - falamos daquele Stáline a quem coube a espinhosa tarefa de construír e defender a epopéia pioneira que foi a construção do socialismo no País dos Sovietes. Desde a reconstrução económica em resultado de criminoso cerco por parte das potências capitalistas, vencendo a guerra contra o atraso milenar e as suas sequelas sociais, criando uma indústria poderosa e forte, lutando pela colectivização da agricultura para dar de comer a todo opovo e combater a sabotagem nos campos, até à gloriosa e de sentido universal, vitória contra o nazi-fascismo na II Guerra Mundial, guerra que, dentro das fronteiras da União Soviética adquiriu justamente o carácter de Grande Guerra Pátria.

Com, e sob a direcção de Staline, -quer se queira ou não, seja o preconceito mais forte ou não,- objectivamente foi com Staline que se construíram as basaes tecnico-materiais para a construção da sociedade socialista na URSS, e ao mesmo tempo imprimindo uma monumental derrota na prática, das pedras angulares das teorias trotskystas... Afinal, a Revolução e o Socialismo triunfaram num só país, e foi o “farol” que galvanizou os trabalhadores e os povos de todo o mundo. As suas conquistas e realizações tiveram um efeito radiante, e de forma particular nos países capitalistas desemvolvidos. Um “farol” que animou a luta vitoriosa dos trabalhadores nos países capitalistas, que arrecadaram inúmeros direitos.

Fica aqui uma citação de Isaac Deutcher sobre essa construção que foi a Revolução no país dos sovietes:... " No decorrer de três décadas, o aspecto da União Soviética transformou-se completamente. O núcleo da ação histórica do stalinismo é este: ele encontrou a Rússia que arava a terra com arados de madeira, e a deixou dona da bomba atómica. Elevou a Rússia ao grau de segunda potência industrial do mundo, e não se tratou apenas de uma questão de puro e simples progresso material e de organização. Não se poderia obter um resultado semelhante sem uma vasta revolução cultural, no decorrer da qual se mandou para a escola um país inteiro para que recebesse uma instrução extensiva "...

Pode ajudar a uma melhor compreensão sobre este tema, o facto de procurarmos as razões, e os principais autores da promoção da imagem de Staline, que só surge e ganha grande ímpeto nas massas em grande parte devido ao seu papel à frente da União Soviética, na e pós Grande Guerra Pátria. Stáline teve a pesada herança de Lénine de assegurar a construção do país novo. O seu papel de dirigente incontestado da Revolução bolchevique chegou aos trabalhadores e povo soviéticos. Não foi necessário nenhuma máquina de propaganda para promover a imagem de alguém que não só era conhecido, mas mais do que isso, respeitado. A autoridade de Staline não teve a necessidade de ser imposta, essa autoridade saíu legitimada pela vontade e autoridade das massas. Não é raro encontrar-se dirigentes comunistas que tentam impôr a sua autoridade a partir dos cargos que ocupam. Aí, não são reconhecidos, nem estimados. Limitam-se a serem aceites, porque os cargos só por si não dão capacidades. Só pelos cargos, não granjeiiam o respeito daqueles que dirigem.

Se é certo que a questão da quase permanente homeagem a Staline depois da Grande Geurra Pátria teve o seu maior, justo e merecido peso, essa exagerada manifestação já pronunciava o papel que alguns vieram a ter. A falta de espinha e a bajulação eram características que ambiciosos e sequiosos de poder iam exibindo. Já em agosto de 1936, Khrushchev, enquanto membro da Direcção, e Primeiro Secretário do Partido emMoscovo, por altura do julgamento público de Kamenev e Zinoviev, por crimes de alta traição, fez a seguinte afirmação: ..."Pigmeus miseráveis! ... Vocês levantaram as mãos contra o maior de todos os homens, o nosso sábio ‘vozhd’ (chefe), o camarada Stalin!” ... “O senhor, camarada Stálin, foi quem levantou a grande bandeira do marxismo-leninismo sobre o mundo e a levou ao seu ponto mais alto”.... “Asseguramos-lhe, camarada Stalin,que a organização bolchevique de Moscovo, fiel partidária do ‘Comitê Central Stalinista’ incrementará a vigilância stalinista ainda mais e extirpará o resto dos trotskistas-zinovievistas, cerrando fileiras do Partido Bolchevique e independentes, ao ‘Comité Central Stalinista’ e ao grande Staline"...

Igualmente, foi Krutchev nesse mesmo ano, quem propôs no VIII Congresso dos Sietes de Toda a União, que a nova Constituição da URSS se passasse a denominar “Constituição Stalinista”, “porque foi escxrita do princípio ao fim, pelo camarada Staline”...No mesmo discurso, Khrushchev criou o termo "stalinismo":... "A nossa Constituição é o ‘marxismo-leninismo-stalinismo’, que conquistou uma sexta parte doglobo". Num Comício com mais de 200 mil pessoas em Moscovo no ano seguinte, altura do julgamento por alta traição de Radeck e Piatakov, conhecidos trotskystas, é Krutchev que avança com novo “elogio”, desta vez mais requintado: ..."Ao levantarem as vossas mãos contra o camarada Staline, levantaram-nas contra aquilo que tem de melhor a humanidade. Pois,Staline é a esperança e a expectativa, é o farol que conduz a humanidade para o progresso. Staline é a nossa bandeira! Staline é nossa vontade! Staline é nossa vitória!"...

O mesmo Krutcev, no XVIII Congresso do PCUS, refere-se a Staline como o “maior génio da humanidade, mestre e “vozdh” (chefe), que nos conduz ao comunismo, nosso mui amado Staline”... Ou ainda este diamante da bajulação: ..."O Partido Comunista abriu o seu XIX Congresso mais do que nunca solidário, unitário, monolítico e poderoso, estreitamente reunido em torno do Comité Central e do seu genial dirigente, o camarada Stáline” ... “As nossas vitórias e as nossas realizações são devidas à justa linha política do Partido Comunista, à direção esclarecida do Comité Central leninista-stalinista, ao nosso chefe e amado educador, camarada Stáline”... “Os sucessos conseguidos pelo nosso país foram alcançados graças ao Partido, que prosseguiu um vasto trabalho de organização de massas para levar à prática as geniais indicações de Josef Stáline." (KILEV, Mikhail. "Kruschev e a Desagregação da União Soviética", p. 11).

Outros dirigentes, alguns como Mikoyan, Jukov, e com propósitos que não vão além de um sincero reconhecimento do papel de Staline, promoveram a figura do líder, não como uma coisa sem dinâmica, parada, como uma estátua, mas de um dinâmico, generoso, humilde revolucionário e dirigente comunista.

É de grande evidência, neste julgamento da história feito à distância, e depois da derrota do Socialismo na URSS e no Leste da Europa, que muitos cidadãos soviéticos admiraram Staline, e expressaram essa admiração nas mais diversas formas. Na arte, no cinema, literatura, em peças musicais, etc. Chegamos hoje, e por uma alargada base informativa, à certeza de que, o "culto da personalidade em torno de Staline foi promovido sobretudo por oportunistas, e contrariando a vontade expressa deStaline. A questão que se coloca, -não na crítica àquilo que foi, e ainda é, uma genuína vontade dos trabalhadores e do povo soviético, e também do Movimento Comunista Internacional,- é perceber-se quais as razões que estiveram na bajulação de alguns. Coisa diversa da admiração e respeito.

Será que entenderam que essa bajulação a Staline seria o caminho mais curto para controlarem o aparelho do PCUS, porque Stáline era de facto um dirigente respeitado e reconhecido pelos trabalhadores e povo soviéticos? Que instalados nos mais altos cargos do Partido e do Estado, estariam em melhores condições de atacarem Staline posteriormente, e na crítica a Staline poderem iniciar um caminho oposto ao do seguido por Staline até aí?

Questões que o próprio Staline na sua perspicacia não soube detectar, apesar das duras críticas que dirigiu a bajulices e bajuladores, embora tivesse confessado que suspeitava que o "culto da personalidade” era promovido por "sabotadores" com oobjetivo de desacreditá-lo”... Assim foi a partir da sua morte, morte em circunstâncias muito estranhas diga-se, em 1953.

Ainda no XIX Congresso do PCUS em 1952, Krutchev & Cia, fazem os seus discursos carregados de loas a Staline, dando quase a idéia de que “era Deus no céu, e Staline na terra”... O chamado “Relatório Secreto” de Krutchev lido à porta fechada e depois de encerrados os trabalhos, no XX Congresso a partir de uma pretensa crítica ao “culto da personalidade de Staline, mais não foi do que o soar das trompetas para o “assalto final” à Direcção e estrutura do Partido e do Estado, e ao questionamento dos fundamentos da Revolução Socialista, dos seus êxitos e das suas conquistas, que tinham o contributo indelével de Staline.

O ataque revisionista foi não um ataque apenas contra a pessoa de Stáline,como o mais capaz sucessor de Lenine, mas a primeira parte de uma ofensiva mais geral contra Socialismo.

O anti-stalinismo surge como uma mortífera arma do anti-comunismo. Mortífera porque com Krutchev, nasce na cabeça do PCUS o veneno mortal que leva à derrota da causa do Socialismo e do Comunismo, no MCI.

Diabolizando Staline, diabolizaram os dirigentes que a todos os níveis da estrutura partidária confiavam em Staline. Diabolização que surtiu os seus efeitos dentro e fora das fronteiras do PCUS e da União Soviética, de efeitos imediatos para aquela altura e momento, e para o futuro. Com a derrota do Socialismo na URSS e no Leste da Europa, sacudida pela campanha ideológica extraordinária nos meios utilizados, cuja base era o anti-stalinismo, ainda hoje marca muitos Partidos Comunistas e forças progressistas do mundo inteiro.

É uma batalha muito difícil, a batalha para vencer os preconceitos instalados, e de fazer perceber aos “preconceituosos”, de que esse preconceito anti-Staline, não é mais do que uma prática e um preconceito anti-comunista, uma arma do anti-comunismo.

As divisões que se operaram a partir do fatídico XX Congresso do PCUS, fracturou e feriu brutalmente o Movimento Comunista Internacional. Não é raro ouvir-se a dirigentes de alguns Partidos Comunistas, atoardas sobre Staline, que também são as atoardas do arsenal de argumentário dos mais confessos anti-comunistasm como Goebells, Conquest, Hurst, Soljenitsyne, Mandel, e toda a sorte de anti-comunistas militantes, com teses do género em relação à URSS e a Stáline: ...“millhões de mortos nas purgas de 37/38”, “fuzilamentos em massa somando millhões de execuções”, “julgamentos sem provas e com confissões forçadas”, “milhoões de prisioneiros políticos nos GULAG”, “deslocações gratuitas e em massa de povos e etnias”, “perseguição”, “arbítrio”, “clima de terror”, “fome”, etc., e a melhor das pérolas: “o assassínio de toda a velha- guarda bolchevique”...

Cabem aqui algumas citações de ferverosos militantes anti-comunistas com os seus “factos”: Em 1960 um antigo agente do serviço secreto britânico, de nome R. Conquest, sob os auspícios da Universidade de Harvard publica o seu livro "O Grande Terror", onde, afirma que o número das "vítimas de Staline" na URSS varia entre "5 e 6 milhões"...(??!!)...

Em 1980, o mesmo Conquest afirmava, a partir de “fontes fidedignas” que em 1939 haviam entre 25 e 30 milhões de prisioneiros políticos na União Soviética, e que em 1950 haviam 12 milhões de prisioneiros políticos... (??!!)

Quando na era Gorbatchev os arquivos até então não públicos do Comité Central do PCUS foram abertos à investigação, foi descoberto que o número de prisioneiros políticos em 1939 haviam sido de 454.000, e não os milhões e milhões anunciados vezes sem conta na campanha e histeria anti-comunista. Inclusivé por Gorbatchov que no chamado período da Perestroika e Glasnost, lança a monumental calúnia, e pedindo desculpa ao povo, de que o PCUS teria sido o responsável por 30 milhões de soviéticos, sobretudo entre 1924 e 1953”... O mesmo Gorbatchov, que contrariando a vontade do povo e Governo russos por altura do 60º Aniversário da derrota do nazi-fascismo, acha que as comemorações oficiais não devem referir o nome de Stáline... Mas mais uma vez neste plano, o nome de Staline pela vontade do povo russo, e pelo reconhecimento geral do seu papel, é um dos nomes grandes ao ladro de Alexandre Nevsky e de Lenine.

Contra Staline tudo foi dito e inventado, mas curiosamente, sobre as conspirações e tentativas de golpes palacianos, sabotagem da economia, da indústria, na defesa e segurança, acordos secretos de alguns dirigentes bonapartistas militartes como oi amigo secreto dos alemães, Tchukachevsky com as forças hostis à URSS, nada! Nada foi dito! Não balbuciam uma única palavra porque isso não está no baú de argumentos da burguesia e do imperialismo. Fica assim colocada para ser resolvida pela história esta equação simples: porque é que a burguesia e o seu sistema capitalista e imperial, fascistas, trotskystas, social-democratas, comunistas-ligth, reformistas, nutrem tanto ódio a Staline?

O desenrrolar e o desfecho da II Guerra Mundial tem a chave deste problema: o confronto entre dois sistemas antagónicos, com a vitória para o lado progressista e da humanidade face à besta imperial nazi-fascista. A vitória e a superioridade do Socialismo sobre o Capitalismo. A vitória do povo soviético dirigido, e com o seu próprio sacrifício, pelo Partido e o líder dos comunistas soviéticos, cuj consigna “Por Lénine e Stáline, Pela Pátria!”, mobilizou milhões de soviéticos, sempre com os comunistas na primeira linha de combate.

Das patacoadas inscritas no missal do anti-comunismo, podemos encontrar de tudo um pouco, incluíndo muita hipocrisia. Hiprocrisia que procurando de alguma forma agradar à burguesia, ao mesmo tempo faz o enaltecimento aos êxitos do Socialismo na URSS desde 1917, à vitória sobre o nazi-fascismo, mas sempre com a omissão de Staline e do seu real papel na construção do Socialismo e nas suas várias vitórias. Assim é, como alguns acompanham a propaganda burguesa e fazem na prática a apologia da campanha das forças reaccionárias contra o Socialismo e o Comunismo.

Fecho com uma citação de Stáline, e outra de um escritor francês que a ele se refere:

... “Quanto a mim, sou apenas um discípulo de Lenine, e o objetivo da minha vida é ser um digno discípulo dele. O marxismo não nega completamente o papel dos indivíduos excepcionais ou que a história seja feita pelas pessoas. Mas as pessoas podem fazer grandes coisas valiosas na medida em que elas sejam capazes de compreender bem as condições reais para poder alterá-las. Se eles não conseguem entender essas condições e procuram mudar de acordo com o pulso de sua imaginação, eles estão na posição de Dom Quixote”...

O escritor francês Henri Barbusse descreve a simplicidade do estilo de vida de Staline: Quando se pisa no primeiro piso se vê cortinas brancas nas três janelas. “Essas três janelas são do quarto de Staline. No estreito corredor tem uma capa militar pendurada num cabide sob um gorro. Além deste corredor, três quartos e uma sala de jantar. Os quartos estão decorados com simplicidade, como um hotel respeitável de segunda classe. O filho mais velho, Khashek, dorme à noite na sala de jantar em um sofá que se transforma em cama e os menores em um buraco estreito, uma espécie de nicho aberto… Staline ganha quinhentos rublos por mês, que é o magro salário mais alto entre os funcionários do Partido Comunista. Esse homem franco e brilhante é um homem simples. Ele não tem trinta e dois secretários como o Sr. Lloyd George. Tem apenas um. Stalin atribui sistematicamente, todos os êxitos a Lenine, quando uma parte importante do mérito pertence a si mesmo.”... (H. Barbusse, Stalin: a New Word Seen Through One Men, Londres, 1935, p. VII, VIII, 291, 294).

Sim, comprovadamente o anti-stalinismo é uma arma do anti-comunismo! A história inexoravelmente acabará por colocar Stáline na galeria dos homens excepcionais que marcaram todo o Século XX, e que deixam uma marca digna de reverência para sempre.



Referências bibliográficas:

BLAND, Will B. “Stalin: O mito e a Realidade. Um documento originalmente agendado para ser lido por Bill Bland na Conferência de "Luta Internacional: Marxista-Leninista" em outubro de 1999; Paris.

SOUSA, Mario. Mentiras sobre a União Soviética. Documento elaborado por Mário Sousa

ANDREIEVA, Nina: Anti-stalinismo, cavalo de troia do anti-comunismo no MCI, na segunda metade do Sec. XX


Alguns dos nomes referidos:

Bakunine, Mikail Alexandrovich (1814-1876) Revolucionário russo e um dos fundadores do Anarquismo. Membro da Direcção da I Internacional dos Trabalhadores, onde desenvolveu actividade profundamente cisionista e contra Marx e Engels. Foi expulso da Internacional em 1872.

Isaac Deutscher (1907 -1967) Jornalista e historiador polaco de origem judia. Escreveu muito sobre Trotsky e , simpatizante do trotskysmo . O Profeta Desarmado e O Profeta Desterrado.

Guiorgui Piatakov (1890 - 1937), membro "Oposição de Esquerda" dirigida por Trotsky. Abandonou a fracção trtskysta, e voltou a ter a confiança do Partido ingressando o Comité Central em 1934. Envolvido em acções de sabotagem e conspiração contra a segurança do Estado, é julgado e condenado em 1937. Confirmou nos julgamento a sua ligação a Trotsky, bem como, das ordens expressas de sabotagem na produção, fábricas e equipamentos.

Karl Berngardovitch Radek (1885 - 9 1939) Expulso do PC(b) sa Russia em 1927, é readmitido em 1930. Teve uma participação na construção da Constituição da URSS de 1936, ao mesmo tempo que participava em actividades fraccionárias e contra a segurança do Estado. Confessa os seus crimes no julgamento e a sua ligação ao “Centro Anti-Soviético Trotskysta”. Morre no seu período de prisão..

Ernest Mandel (1923-1995): nascido na cidade alemã de Frankfurt, tornou-se membro da IV Internacional (trotskista) em 1940, na Bélgica, onde os pais, judeus polacos, se tinham refugiado. Depois da II Guerra ingressa na central sindical belga FGTB e integra o Partido Socialista Belga, de onde é expulso em 1964. É um dos principais militantes antistalinistas, bem aceite e premiado pela burguesia internacional.

Alexander Soljenítsin (1918-2008) Escritor russo de nível medíocre, casado com a filha de um velho capitalista czarista. Até 1970, altura em que recebeu o Prémio Nobel de Literatura, teve um papel de peão “ocidental” nas suas produções literárias. Recrutado para a cruzada anti-comunista,foi expulso da URSS em 1974. Exilou-se nos EUA, e foi a “vedeta” intelectual do anti-comunismo nas “democracias” ocidentais. Foi um comprovado delirante e mentiroso na sua pretensa historiografia sobre o “terror na URSS”. Antes de morrer, defende a restauração de um novo império com as fronteiras semelhantes ao Império Russo de Alexandre III.

Alexander Nevsky (1220 - 1263). Príncipe que unificou os vários principados em torno do Principado de Vladimir contra os invasores, nomeadamente os exércitos dos gernanófilos Cavaleiros Teutónicos, no ano de 1242. A sua hábil diplomacia permitiu um acordo vantajoso para os povos eslavos, com o mongol Kublai Kan.


Janeiro de 2013

Luís Piçarra

2 comentários:

  1. Factos são factos. Números são números. Pessoas não são números. Mas pessoas foram números. Números astronómicos que chegam aos milhões, amontoados como lenha de inverno. Eu não tolero isso no tão famigerado embuste do homem novo. Faz lembrar a superioridade da raça ariana. Anti-stalinismo é anti-comunismo se o comunismo não souber ser terra-a-terra e honesto. Os intelectuais comunistas têm que deixar essa mania de que somos todos uns alienados pelo capitalismo e que devemos ser aglutinados e hierarquizados no partido - um simples sistema que combate outro. "Nacionalizam, quem manda é o estado, mas no poleiro já estão outros mandões". Muda-se a casaca mas são todos mandões, todos sabem o que o povo quer e precisa - curioso - mesmo sem terem perguntado.

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  2. Grande texto,amigo e camarada Luis Piçarra!
    Como num texto relativamente pequeno,deste uma grande contribuíção para relevar uma das maiores figuras de sempre do comunismo, como foi o camarada José Staline!
    Das duas, uma, só não vê quem de má-fé age, ou é completamente cego!
    Por mim dou-te os meus parabéns por, muito para além de um texto muito bem elaborado, com factos, o que é fundamental, ter representado uma grande lição para mim e penso que para todos os que o lerem ou ainda o irão ler!!!

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