Herói
é quem num muro branco inscreve
O
fogo da palavra que o liberta:
Sangue
do homem novo que diz povo
e
morre devagar de morte certa.
Homem
é quem anónimo por leve
lhe
ser o nome próprio traz aberta
a
alma à fome fechado o corpo ao breve
instante
em que a denúncia fica alerta.
Herói
é quem morrendo perfilado
Não
é santo nem mártir nem soldado
Mas
apenas por último indefeso.
Homem
é quem tombando apavorado
dá
o sangue ao futuro e fica ileso
pois
lutando apagado morre aceso.
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