quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Conferências/Seminários | XIX Congresso do PCP (2012)
1ª Sessão: http://www.youtube.com/watch?v=RAANEJa72n8
2ª Sessão: http://www.youtube.com/watch?v=BFfrWRAYQ9s
3ª Sessão: http://www.youtube.com/watch?v=_aothPCcx84
4ª Sessão: http://www.youtube.com/watch?v=p3thDQtLw2s
5ª Sessão: Indisponível
6ª Sessão: http://www.youtube.com/watch?v=4yLwqf_-xJM
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Poesia | Ary dos Santos - Soneto Presente
Não
me digam mais nada senão morro
aqui
neste lugar dentro de mim
a
terra de onde venho é onde moro
o
lugar de que sou é estar aqui.
Não
me digam mais nada senão falo
e
eu não posso dizer eu estou de pé.
De
pé como um poeta ou um cavalo
de
pé como quem deve estar quem é.
Aqui
ninguém me diz quando me vendo
a
não ser os que eu amo os que eu entendo
os
que podem ser tanto como eu.
Aqui
ninguém me põe a pata em cima
porque
é de baixo que me vem acima
a
força do lugar que for o meu.
José Carlos Ary dos Santos
Entrevistas | Jerónimo de Sousa - Resistir Já é Vencer (2008)
Se
é verdade que se diversificou e aprofundou a ofensiva do Governo, no
plano económico, social e político e contra a soberania nacional, o
que foi marcante foi a expressão do descontentamento e o nível e a
dimensão da luta dos trabalhadores, que atingiu o ponto mais alto na
manifestação de 18 de Outubro, onde participaram mais de 200 mil
pessoas num dia normal de trabalho.
Que importância e significado atribuis à Greve Geral de 30 de Março?
A
valorização qualitativa e quantitativa que fazemos da Greve Geral
de 30 de Maio não pode ser dissociada do quadro em que foi preparada
e realizada. Sendo uma necessidade para enfrentar a grave ofensiva em
curso, a possibilidade estava condicionada por diversos factores. Era
a primeira greve de confronto com um Governo PS. A precariedade, que
atinge 1 milhão e 200 mil trabalhadores, as pressões e a
intimidações nas empresas, em particular nos transportes,
condicionaram o exercício do direito à greve. Nestas
condições, a participação e envolvimento de 1 milhão e 400 mil
trabalhadores na Greve Geral (alguns com grande coragem) constituiu
um marco histórico da luta dos trabalhadores portugueses e do
movimento sindical unitário. Nalguns
casos, como no Metro e na Transtejo, os grevistas tiveram de lutar
pelo direito à greve face à atitude repressiva das administrações.
O facto de, apesar do sucesso da Greve Geral o Governo persistir na sua violenta ofensiva retira-lhe importância, como pretendem sectores inclinados ao compromisso e à abdicação?
Mais
do que sectores, só as organizações que quase sempre conciliaram e
capitularam em momento decisivos é que desvalorizaram a greve. Para
além dos mesmos do costume, teve significado a posição do BE a
criticar a decisão da Greve Geral, confundindo «greve geral» com
«greve total». Como, aliás, fez o Governo PS, na sua avaliação
mistificatória e desvalorizadora dos números de adesão à greve.
Quais
as mais importantes lições e experiências do desenvolvimento da
luta ao longo de 2007?
Há um aspecto que gostaria de relevar! É tão errado fazer a luta pela luta como ficar pela constatação de que não há condições para lutar. Uma outra questão é a de saber se só se decide a luta desde que se tenha a garantia, à partida, de adquirir resultados. A luta de resistência, o trazer o descontentamento e o protesto para o terreno da luta organizada liberta energias, eleva a consciência social e potencia a disponibilidade para outras lutas. Não são dissociáveis a luta de 2 e 28 de Março e a Greve Geral de 30 de Maio. Nem o impacto mobilizador da Greve Geral na manifestação de 18 de Outubro. A luta dos trabalhadores deu confiança a outros sectores e camadas sociais. Quem esteve na manifestação de 18 de Outubro não fez cálculos aos ganhos. Voltará a lutar no futuro. Porque resistir e lutar é já vencer!
Há um aspecto que gostaria de relevar! É tão errado fazer a luta pela luta como ficar pela constatação de que não há condições para lutar. Uma outra questão é a de saber se só se decide a luta desde que se tenha a garantia, à partida, de adquirir resultados. A luta de resistência, o trazer o descontentamento e o protesto para o terreno da luta organizada liberta energias, eleva a consciência social e potencia a disponibilidade para outras lutas. Não são dissociáveis a luta de 2 e 28 de Março e a Greve Geral de 30 de Maio. Nem o impacto mobilizador da Greve Geral na manifestação de 18 de Outubro. A luta dos trabalhadores deu confiança a outros sectores e camadas sociais. Quem esteve na manifestação de 18 de Outubro não fez cálculos aos ganhos. Voltará a lutar no futuro. Porque resistir e lutar é já vencer!
Como
vês a acção a partir da empresa e local de trabalho e o papel das
células de empresa do Partido?
A
empresa, o local de trabalho, é o lugar onde se dá o principal
conflito e confronto de classe. O patronato e o Governo têm noção
disso. Aí se forma a consciência do grau da exploração e da
injustiça, ou do que significa, no concreto, a aplicação de uma
lei laboral injusta. Aí se libertam energias, se alicerça a unidade
e se irradia a luta organizada, partindo do concreto para o geral. Os
comunistas eleitos pelos seus companheiros de trabalho nas empresas e
para os sindicatos têm uma particular responsabilidade na acção
unitária, na linha da frente da acção reivindicativa e da luta.
Mas tal acção não dispensa antes exige a organização e a
intervenção política das células de empresa. Dois graus de
intervenção e organização que fazem evoluir a consciência dos
trabalhadores sobre o seu papel na produção e na sociedade e a
necessidade de terem o seu Partido.
Estamos
em vésperas do Congresso da CGTP, que importância lhe atribuis? Que
resposta dão os comunistas às visíveis pressões para influenciar
os seus resultados?
Julgo
que o XI Congresso da CGTP vai constituir uma grande afirmação da
Central Sindical visando o seu fortalecimento. É um Congresso que
vem de grandes lutas, em si mesmo portadoras do prestígio e da
influência que a CGTP-IN mantém e alarga e que resulta do
empenhamento e acção desse grande e combativo colectivo unitário. Era
inevitável (sempre aconteceu em todos os Congressos da Central
Sindical) que as pressões, as inventonas e a intriga, promovidas de
uma forma articulada, procurassem ensombrar e dificultar o êxito do
Congresso. Os seus autores são os mesmos que profetizam o fim da
luta de classes, o fim ou a desnecessidade do sindicalismo de classe,
a mando do principal interessado e ganhador no aumento da exploração
dos trabalhadores e da liquidação dos seus direitos: o poder
económico. Se há coisa que mais receio provoca ao grande capital e
seus seguidores é a luta organizada, é a organização autónoma
dos trabalhadores e dos seus sindicatos, é a sua unidade! Temos uma
grande confiança que o Congresso saberá rechaçar essa ofensiva
ideológica e dele sairá mais forte, reafirmando-se como a Central
Sindical dos trabalhadores portugueses.
Um dado importantíssimo no ano que finda foi a irrupção das lutas das populações e a criação de comissões de utentes de norte a sul do país. Que importância atribuir-lhe na acção militante das organizações do Partido?
A
ofensiva do Governo não foi apenas contra os trabalhadores e os seus
direitos. Foi contra as populações, contra diversas camadas
sociais, privatizando, eliminando ou reduzindo serviços públicos e
as funções sociais do Estado, nomeadamente nas áreas da saúde,
educação, nos transportes, da justiça, da segurança, da água e
do saneamento. Atingidas
nos seus direitos, as populações reagiram, organizaram-se e
realizaram pequenas e grandes acções de luta, com o papel destacado
das Comissões de Utentes. Obrigaram muitas vezes o Governo a recuar
ou a adiar medidas. Resistir,
resistir e protestar é fundamental. O movimento devia alargar-se,
porque novas arremetidas estão em curso. Os militantes do Partido
devem estimular a sua criação, respeitar e animar a sua acção e
composição unitária.
A
ofensiva do Governo do PS ao serviço do grande capital atinge não
apenas o trabalho assalariado mas todas as outras classes e camadas
não monopolistas; que incidências na luta?
Se
mais uma vez se confirma que são os trabalhadores e as suas
organizações a força motora da luta, é verdade que classes e
camadas não monopolistas estão nela a participar.
Os
reformados, a juventude estudantil, os pequenos e médios
agricultores, as populações vão ganhando consciência da
importância do protesto e da luta. Que partindo dos seus interesses
e direitos concretos só por si não conseguem alterar o rumo da
política nacional. A manifestação de 18 de Outubro foi reflexo
dessa consciência. O desenvolvimento da luta, a sua convergência ou
confluência são alicerces de alianças sociais mais sólidas e mais
alargadas que podem determinar um novo rumo para a política
nacional.
Depois
de acções nacionais com uma dimensão de massas tão ampla, como
prosseguir no imediato a luta?
Intensificar
e diversificar a luta nas empresas, sectores e regiões. As lutas
grandes não surgem com um toque de varinha mágica. Neste fazer e
refazer permanente, a pequena luta, a acção de protesto enchem o
caudal da luta mais forte acertando a necessidade com a
possibilidade. Considero
que o próprio Congresso da CGTP-IN é um momento importante para dar
mais balanço, força e confiança à intensificação da luta no
futuro.
Situação social e política
Podes
fazer uma caracterização concentrada da política do Governo PS?
Este
Governo não faz só «mais do mesmo» quando comparado com Governo
anteriores e com as suas políticas de recuperação capitalista. A
diversidade e a profundidade das suas opções e medidas convergem
para a caracterização de uma ofensiva global no plano económico,
social, político e cultural e contra a própria soberania nacional.Nas
privatizações, na política fiscal, nas opções orçamentais, no
privilegiar da «economia de casino» e na sua financeirização, na
aplicação rígida e seguidista da malha apertada do Pacto de
Estabilidade e Crescimento, na acentuação das injustiças e
desigualdades sociais, no nível do desemprego e das precariedades,
na demolição dos serviços públicos e funções sociais do Estado
com vista à sua privatização, na claudicação da defesa da
soberania como se verifica no Tratado «reformador» da União
Europeia, este Governo PS/Sócrates está a fazer o que a direita
política faria. Temos como tese que atacada a democracia nas suas
vertentes social, económica e cultural, depressa se passa para o
ataque à democracia política. As acções repressivas e
intimidatórias contra a liberdade sindical, de manifestação e de
propaganda começam a banalizar-se. Não são dissociáveis as
tentativas de alterar as leis eleitorais para fragilizar o regime
democrático.
A
gravidade da situação e o desenvolvimento da luta parecem estar a
suscitar preocupações na área do próprio PS, a verdade porém é
que se limitam às consequências de uma política que não só não
põem em causa, como procuram justificar...
Pois!
Vozes críticas mas «com mão por cima e mão por baixo» do
Governo. São «válvulas de escape» e «gritos de alma» que visam
confortar muitos eleitores do PS descontentes com a política do
Governo. O essencial das declarações são mais de preocupação
face ao crescendo da luta e às consequências que podem ter para o
PS do que de condenação da política que está a ser realizada.
E certas vozes que vêem da Igreja?
Acho
que a hierarquia da Igreja (salvo esta ou aquela opinião publicada)
está aquém do sentimento e do descontentamento de muitos católicos
atingidos nos seus direitos por esta política do Governo. O próprio
papel da JOC e da LOC tem vindo a esmorecer em torno das grandes
causas sociais.
E
quanto ao Bloco de Esquerda, que parece pretender afirmar-se (ver as
suas posições em relação à União Europeia, à CM de Lisboa ou à
questão sindical) como uma espécie de «ala esquerda» da
social-democracia perante um PS rendido ao neoliberalismo e
estruturalmente comprometido com o grande capital e com o
imperialismo?
Sem
julgamentos definitivos, a maior dificuldade para caracterizar o
Bloco de Esquerda reside na sua ideologia opaca, à banalização de
posições e opiniões diferentes e divergentes entre os seus
dirigentes, muitas vezes por razões de conveniência. Por exemplo,
em relação ao projecto de Tratado da União Europeia está sempre
ausente na sua crítica a concepção federalista. E a declaração
recente do seu deputado europeu, em que afirma a dívida de gratidão
a Mário Soares por ter levado Portugal à adesão à CEE «mesmo com
objectivo de acabar com as veleidades revolucionárias» (!?), é
paradigmática. É
condenável querer ser a ala esquerda da social democracia? Em si
mesmo não! Agora querer ser sem querer parecer...
Em relação ao PSD e à direita em geral, como vês tanto as suas dificuldades como as suas ambições perante um Governo que vai ainda mais além do que a direita poderia na realização das políticas de direita?
O
PSD não tem política alternativa nem sequer é alternância, porque
o Governo PS em questões económicas e sociais estratégicas dá
mais garantias ao poder económico que não teve pruridos em «mudar
de cavalo». Aliás, verifica-se que a actual direcção do PSD vai
propondo pactos e mais pactos e largando o lastro de causas e
bandeiras que podiam estorvar o PS. É
difícil fazer oposição à política que fariam se estivessem no
poder. E mais difícil se torna face ao aperto imposto pela direita
económica e pelos círculos presidenciais.
E que dizer da cooperação «estratégica» do PS com o PSD e o Presidente da República para impor políticas e (contra) «reformas» extremamente graves para o povo e o país?
Vai
na mesma linha! O actual Presidente da República sabe diferenciar o
que é táctico e estratégico, o que é essencial e o que é
acessório. Dá um ou outro sinal de preocupação social, manda
fiscalizar uma ou outra Lei não estruturante, mas incentiva e
aplaude políticas e medidas de fundo que servem os interesses e
privilégios do grande capital e afrontam os direitos sociais. Quer
que o PS vá até ao fim, ou até poder, na execução das políticas
de direita sob o chapéu da «esquerda moderna» que,
subjectivamente, condiciona e neutraliza muitos votantes do PS,
particularmente trabalhadores!
Há
alternativa
O
grande capital, servindo-se do PS e do PSD, pretende eternizar o
sistema de «alternância» e impedir a ruptura com mais de trinta
anos de políticas de direita. O silenciamento das lutas e da
actividade do PCP é brutal, como ainda agora se viu em relação à
Conferência Nacional do PCP sobre as questões económicas e
sociais. Queres comentar?
É
sabido que actualmente, com o agravamento da situação, são cada
vez mais numerosos os portugueses que condenam esta política. Mas
subsiste uma questão primeira que está na cabeça das pessoas: a
política alternativa. O PS e a direita e os poderosos meios de
comunicação social a «toque de caixa» do grande capital,
exercitam ideologicamente as teses das inevitabilidades e do
conformismo conducente à ideia de que não há saída.
O
PCP demonstra que há. Por
exemplo, a Conferência Nacional não se limitou a uma profunda e
rigorosa análise da situação. Fundamentou a necessidade da ruptura
democrática com esta política e apresentou propostas para um novo
rumo para Portugal, desmontando a tese das inevitabilidades. O poder
económico não «brinca em serviço». Se não pode impedir manda
silenciar. Aliás, em todo o processo de preparação e debate foi
visível o silenciamento ou a imagem e mensagem distorcidas dos
conteúdos e objectivos da Conferência, particularmente das nossas
propostas.
Os
ataques a direitos e liberdades fundamentais estão a adquirir uma
dimensão inquietante. Surgiu o Movimento «Fronteiras». Como vê o
Partido esta questão?
Sempre
afirmámos o carácter inseparável das diversas vertentes do regime
democrático. Se existe uma violenta ofensiva contra a democracia
social e a democracia económica a que os trabalhadores e as
populações reagem com luta, o poder económico e o poder político
recorrem à repressão, à intimidação e à limitação da
liberdade e dos direitos individuais e colectivos. Repare-se que é
nas empresas, nos locais de trabalho - e quando se exercem direitos
como a greve e a manifestação de protesto - que recai e se acentua
o principal ataque a direitos e liberdades fundamentais. A
arrogância e o autoritarismo do executivo de Sócrates constituem
prova de fraqueza, mas começa a ser realmente inquietante. Veja-se o
exemplo do debate na Assembleia da República promovido pelo PCP
sobre direitos e liberdades fundamentais, que levou a Plenário
dezenas de facto irrefutáveis. O Governo não só não desmentiu
como enveredou pelo anticomunismo mais trauliteiro e requentado. É
neste quadro inquietante que se reclama um rebate das consciências
democráticas. O Movimento «Fronteiras» surge assim como uma
necessidade que convoca todos aqueles que, independentemente desta ou
daquela divergência, não aceitam que a liberdade e a democracia
sejam empobrecidas ou mutiladas.
E quanto ao branqueamento do fascismo e ao apagamento do papel do PCP na Resistência e no pós- 25 de Abril ?
Essa
operação ideológica de «resgate» do fascismo, e consequente
tentativa de apagamento ou mistificação do papel do PCP na luta de
resistência ao regime fascista e à sua acção e luta de construção
do regime democrático depois de Abril, mais do que o esforço
saudosista vai na linha do anticomunismo que se manifesta em
particular nalguns países da Europa e corresponde à tentativa de
arredar a força política que dá combate sem tréguas aos
poderosos, que sempre defendeu e defende os direitos sociais e
democráticos, que não se cansou nem cansa de lutar pela emancipação
do ser humano. Procurando
reescrever a história as classes dominantes e os seus seguidores
querem negar a validade e a actualidade do papel e do projecto do
PCP.
Voltando
à Conferência Nacional, pedimos-te que faças uma breve síntese
daquilo que nela é essencial e o que ela representa na luta do PCP
por uma alternativa no interesse dos trabalhadores e do povo.
A
riqueza da sua preparação, nível da participação, conteúdos e
conclusões da Conferência Nacional do PCP não são comportáveis
numa resposta singela nem mesmo com esforço de síntese. Mas
há uma ideia força! Portugal não está condenado a ser um país
onde prevaleça a injustiça e o atraso. A
resolução dos problemas nacionais exige uma mudança real nos
objectivos e conteúdos da política nacional, uma política de
efectiva confiança em Portugal e no povo português, assente na
dinamização da economia, num sustentado crescimento económico e na
valorização do trabalho e dos salários. Uma
política que assuma a ruptura com as orientações e opções
dominantes, prosseguidas por este e por outros governos anteriores,
uma ruptura que, no respeito pela Constituição e no cumprimento dos
princípios fundamentais nela consagrados, assegure uma política
liberta dos interesses e orientações do capital monopolista e
financeiro, a recuperação pelo Estado das suas responsabilidades
económicas e sociais, a soberania e a independência nacionais como
valores fundamentais para a defesa dos interesses do país.
Na luta por uma alternativa política que ponha em prática a política alternativa que defendemos, em que questões devemos concentrar a nossa acção, quais as traves mestras da sua construção?
Já
com metade do mandato ultrapassado, o Governo PS fez uma opção
classista, substituindo a direita nas políticas mais gravosas para
os trabalhadores, para o povo e para o país. É à luz desta análise
que as condições para uma alternativa de esquerda não estão
criadas neste momento. Mas não nos limitamos à constatação.
Lembrando as teses emanadas do XVII Congresso, a alternativa política
constrói-se na base da luta por uma política alternativa,
acumulando forças, alargando a frente social de massas, convocando
sectores democráticos num processo dialéctico do «como, para quê
e com quem». A
Conferência Nacional apresentou a matriz de uma política
alternativa, tendo como perspectiva e referência o projecto do PCP,
a sua proposta programática de uma democracia avançada e de uma
sociedade socialista. Continua
a haver a necessidade de uma alternativa política de esquerda. Mas,
para tal, são condições determinantes para a sua concretização,
o alargamento da influência social, política e eleitoral do PCP,
acompanhadas pelo desenvolvimento e articulação da luta de massas e
de movimentos sociais que, partindo de aspirações e objectivos
concretos, exijam uma nova política, uma política de esquerda.
Procurando a convergência, a unidade, a cooperação das forças
democráticas, tal concepção é inseparável do firme combate e
denúncia à política de direita do PS. Mas
a arquitectura e condições para a construção de uma alternativa
política de esquerda têm de integrar dois aspectos cruciais:
-A
ampliação de uma vasta frente social de oposição e luta contra a
política de direita.
-
O reforço do PCP junto dos trabalhadores e das massas populares, a
afirmação do seu projecto, dos seus valores, vencendo preconceitos;
o reforço da sua intervenção e organização, estabelecendo
laços mais fortes com a classe operária e os trabalhadores, com os
agricultores, os intelectuais e quadros técnicos, com todos os que
sofrem hoje as consequências da política de direita, com todos os
que têm como desígnio a justiça social, o progresso e a
democracia.
Situação internacional
Como
caracterizas, de modo concentrado, a situação internacional actual?
A
evolução da situação internacional confirma uma tese central
decorrente do nosso XVII Congresso: não diminuíram os perigos,
antes aumentaram devido à natureza insaciável e predadora do grande
capital contra os trabalhadores, os povos e o planeta. A
exploração, a liquidação de conquistas e direitos sociais assumem
uma grande envergadura com o desenvolvimento do militarismo e da
guerra, usurpando a soberania a muitos povos. Incapaz
de resolver as crises cíclicas, apesar da sua grande capacidade de
adaptação, o capitalismo está a chegar aos seus limites e pode
enveredar por aventuras de consequências terríveis para a
humanidade. Mas é com a consciência destes perigos que os
trabalhadores e os povos resistem, lutam e conquistam soberania e
avanços progressistas. Com sacrifícios tremendos, num combate
desigual contra o imperialismo e o neoliberalismo, alcançam vitórias
impensáveis.
No que respeita a Europa a situação é também contraditória. Por um lado, verifica-se uma retomada de lutas de trabalhadores que encerra um importante significado. Por outro, o processo de integração capitalista reforça-se institucionalmente com a assinatura do chamado «tratado reformador». Como avalia o PCP este novo tratado? E a questão da sua ratificação?
Assistimos
a um dos maiores embustes políticos, neste processo que culminou com
a assinatura do Tratado dito «reformador». A sua matriz é o
decalque da derrotada «Constituição Europeia». A sua natureza
neoliberal, federalista e militarista não se alterou. E não se
julgue que só o povo português e Portugal perderam. Os outros povos
europeus também perderam, na medida em que o directório das
decisões políticas está às ordens do grande capital e dos seus
interesses, não dos povos respectivos. Perdemos mais porque pesamos
menos. A cortina de fumo e o foguetório no processo até à
assinatura excluiu os povos do conhecimento dos seus conteúdos. Reafirmando
a frontal oposição ao Tratado, o PCP pronuncia-se pela exigência
de um referendo que dê a oportunidade ao povo português de se
pronunciar antes da sua ratificação e após um largo e aprofundado
debate nacional. O PCP fará mais que a sua parte.
O
que mostrou o Encontro de Partidos Comunistas e Operários de Minsk,
em que o 90.º aniversário da Revolução de Outubro foi o tema
central? Há futuro para o movimento comunista?
Uma
primeira nota: estiveram no Encontro de Minsk 72 partidos de 59
países de todos os continentes, o que em si mesmo desmente profetas
e profecias sobre e morte ou o declínio irreversível do movimento
comunista. Encontro realizado no quadro das comemorações dos 90
anos da Revolução de Outubro. Ali se demonstrou que há forças que
continuam a manter viva a chama de Outubro que não claudicaram na
luta pelo socialismo. Tal como o PCP, são muitos os partidos que
consideram ser possível uma nova sociedade mais justas e liberta do
jugo da exploração do homem por outro homem.
Como
vês a evolução da situação no Médio Oriente?
É
uma situação grave e perigosa que tem a marca das ambições do
imperialismo norte-americano, mas pela qual são igualmente
responsáveis as grandes potências da União Europeia, o que se
torna mais nítido com o alinhamento da França, com Sarkozy, com os
EUA. A
posição do nosso Partido, em relação ao Iraque, ao Afeganistão,
ao Líbano é bem conhecida, pelo que quero apenas referir-me a duas
outras situações que entretanto lhe estão estreitamente
associadas. O Irão, para alertar para a necessidade imperiosa de pôr
termo à escalada de sanções e preparativos de agressão que, a
concretizarem-se, teriam seguramente as mais dramáticas
consequências. E a Palestina, não apenas para confirmar ao heróico
povo palestiniano a activa solidariedade do PCP para com a sua luta
nacional libertadora, mas para sublinhar uma vez mais que a questão
palestiniana é a questão central do Médio Oriente e que só com a
aplicação das resoluções da ONU, a retirada de Israel dos
territórios ocupados em 1967 e o reconhecimento do Estado
Palestiniano independente, será possível alcançar uma paz justa e
duradoura no Médio Oriente. Não foi este o sentido da reunião de
Annapolis orquestrada por Bush; o seu objectivo foi o de reforçar o
papel criminoso de Israel e procurar levar a Autoridade Palestiniana
a vergar-se diante dos opressores do próprio povo palestiniano.
E
na Venezuela?
O
nosso ponto de vista é de que está em marcha um processo
profundamente democrático de características revolucionárias que é
necessário compreender, apoiar e defender das ingerências e ameaças
do imperialismo norte-americano. É uma processo de corajosa
afirmação de soberania com traços profundamente originais,
apontando o objectivo de uma sociedade socialista e, por isso mesmo,
contando com uma extraordinária base de massas, mas também com
inimigos poderosos, no plano interno e externo, que conseguiram,
embora por uma margem mínima de votos, vencer o referendo de 2 de
Dezembro. É nossa convicção de que um tal resultado pode atrasar
mas não consegue parar o processo bolivariano, protagonizado pelo
Presidente Chavez, e que tem o apoio dos comunistas venezuelanos, aos
quais nos unem fortes laços de amizade e de solidariedade
internacionalista.
O
Partido
Em
termos gerais, como avalias a situação do Partido?
O
que é marcante na fase actual da vida do Partido é a sua
diversificada e combativa intervenção política em torno dos
problemas e aspirações dos trabalhadores e do povo, nas acções
pela paz, contra o imperialismo e a guerra, no desenvolvimento das
relações e na solidariedade internacional, na valiosa e intensa
actividade e iniciativa institucional e no reforço da organização
partidária. Referindo
o ano de 2007, sublinhe-se um conjunto de iniciativas como os
Encontros Nacionais sobre Cultura, o Movimento Associativo, a
Protecção Civil, os Micro Pequenos e Médios Empresários, a
Agricultura e o Mundo Rural, as inúmeras iniciativas regionais,
sectoriais e temáticas que culminaram com a realização da
Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais. No
plano internacional é de salientar a vasta actividade e intervenção,
nomeadamente a iniciativa sobre as questões europeias, e o Seminário
sobre África. O partido deu valiosas contribuições para o
desenvolvimento das relações bilaterais e no incremento de
iniciativas multilaterais e para o fortalecimento do movimento
comunista e revolucionário e para a cooperação com partidos
comunistas e forças progressistas, fazendo um empenhado esforço na
frente anti-imperialista.
Concretamente, quanto à campanha de Reforço da Organização?
No
plano do reforço da organização e intervenção partidária, a
avaliação feita no final do ano confirma avanços significativos na
responsabilização de centenas de quadros, incluindo muitos jovens,
mais de mil militantes em cursos de formação diversos, o
recrutamento ou transferência de mais de mil membros do Partido para
as organizações de empresa e local de trabalho, a realização de
mais de 100 assembleias de organização e um grande ritmo de novas
adesões ao partido. Sem
subestimar dificuldades e debilidades existentes, por exemplo em
relação à concretização dos objectivos do reforço financeiro e
aumento da quotização, há avanços consolidados, tendo em conta
também que foram alcançados numa situação em que o Partido teve
um papel central na luta política e social. Esta
dinâmica e estes avanços não nos descansam. O Comité Central
decidiu dar passos mais adiante numa nova etapa do movimento geral
para o reforço da organização partidária, no decurso do ano de
2008, ano de Congresso e consequentemente integrado como elemento
fundamental dos seus trabalhos preparatórios.
XVIII
Congresso. Que queres adiantar sobre a sua realização e a sua
implicação na actividade geral do Partido?
O
XVIII Congresso, marcado para os dias 20 e 30 de Novembro e 1 de
Dezembro de 2008, vai realizar-se num quadro de grande intensidade da
vida política e partidária. O Comité Central irá precisar e
aprovar os objectivos. Mas não é excessivo ou apressado afirmar que
foram justas e de grande validade as decisões do XVII Congresso que
o nosso Partido se confirmou como força com passado, presente e
futuro, e que há motivos para ter confiança.
Congresso
exigente! Vamos ter de contar com o arremesso de campanhas visando
minar a imagem, a influência e a coesão do Partido. Não é
suportável para todos aqueles «analistas» que sentenciaram o fim
do PCP, ou o seu definhamento e declínio irreversível, constatarem
um Partido mais forte, reforçado e interveniente, portador da
esperança e da alternativa, que se ancora na sua natureza e
identidade, nos seus princípios, ideologia e projecto para irradiar
a vitalidade e a afirmação de um verdadeiro Partido Comunista. O
XVIII Congresso não pode ser entendido como mais uma tarefa ou mesmo
só uma prioridade. As organizações do Partido, definidas que estão
as linhas de orientação, vão ter de considerar e concretizar a
programação e calendário, a sua iniciativa, como contribuição e
trabalho integrados e confluentes com a preparação do próprio
Congresso.
Camarada
Jerónimo de Sousa, obrigado pela tua entrevista que vai certamente
contribuir para valorizar mais O
Militante na
vida do nosso Partido. Para terminar, uma palavra sobre a importância
da imprensa do Partido.
Nas
linhas de orientação para a nova fase do reforço da organização
do Partido, o Comité Central sublinhou a importância do alargamento
da difusão da imprensa partidária. É
sabido que o poder económico detém hoje os principais meios de
comunicação social, direccionando-os para servir os seus interesses
e a sua ideologia. Redobra por isso a importância do nosso Avante!
e
de O
Militante no
combate político e das ideias, municiando os militantes com
informações, análises e argumentação e fundamentação teórica
inexistentes em qualquer outro órgão de comunicação social. O
alargamento da sua leitura, divulgação e venda constituem uma
tarefa política e revolucionária, integrando o movimento geral de
reforço da organização e intervenção do Partido. Uma
última palavra: de esperança e de confiança! Nesta quadra festiva
e no limiar de um novo ano, uma saudação solidária e fraterna aos
militantes do Partido, com o apelo à sua generosa e combativa
militância e disponibilidade para prosseguir o nosso combate em
defesa dos trabalhadores, do povo e da democracia , no reforço e
afirmação do Partido - por um ano melhor!
Revista "O Militante", Nº 292 - Jan/Fev 2008
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Poesia | Rafael Alberti - Galope
Las
tierras, las tierras, las tierras de España,
las
grandes, las solas, desiertas llanuras.
Galopa,
caballo cuatralbo,
jinete
del pueblo,
al
sol y a la luna.
A
galopar,
a
galopar,
hasta
enterrarlos en el mar!
A
corazón suenan, resuenan, resuenan
las
tierras de España, en las herraduras.
Galopa,
jinete del pueblo,
caballo
cuatralbo,
caballo
de espuma.
A
galopar,
a
galopar,
hasta
enterrarlos en el mar!
Nadie,
nadie, nadie, que enfrente no hay nadie;
que
es nadie la muerte si va en tu montura.
Galopa,
caballo cuatralbo,
jinete
del pueblo,
que
la tierra es tuya.
A
galopar,
a
galopar,
hasta
enterrarlos en el mar!
Rafael Alberti
Filmes | Diários de Che Guevara (2004)
Realização: Walter Salles
Sinopse:
Che
Guevara (Gael García Bernal) era um jovem estudante de Medicana que,
em 1952, decide viajar pela América do Sul com seu amigo Alberto
Granado (Rodrigo de la Serna). A viagem é realizada numa mota, que
acaba por se avariar ao cabo de 8 meses. Eles passam, então, a
seguir viagem através de boleias e caminhadas, sempre conhecendo
novos lugares. Contudo, quando chegam a Machu Pichu, a dupla conhece
uma colônia de leprosos e passam a questionar a validade do
progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena
elite da população.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Documentários | Zeca Afonso - Maior que o Pensamento (2011)
Realização: Joaquim Vieira
Sinopse:
“Maior
que o Pensamento” é o título de um documentário em três partes
acerca da vida e da obra do poeta, compositor e intérprete José
Afonso, o mais conhecido autor da chamada canção de intervenção
portuguesa, movimento do qual se pode aliás dizer que foi fundador e
líder (embora de maneira informal). As criações de José Afonso
corporizaram para os portugueses, na fase final da ditadura do Estado
Novo, a ideia de resistência à opressão e de esperança numa vida
melhor, ajudando a mobilizar os cidadãos para um combate pela
liberdade que essas mesmas canções viriam a simbolizar após a
queda do regime e ao longo de todo o atual período democrático. Não
por acaso, uma canção de José Afonso, “Grândola, vila morena”,
foi escolhida como senha radiofónica para os militares revoltosos
desencadearem, na madrugada de 25 de abril de 1974, as operações
que puseram termo a quase meio século de despotismo.
O
documentário recolhe muitas dezenas de testemunhos de pessoas que
conheceram José Afonso e com ele colaboraram, desde familiares e
amigos a músicos de várias nacionalidades. Imagens de atuações de
José Afonso (algumas inéditas em Portugal, como na Alemanha em
1963) completam este exaustivo trabalho sobre um criador que
suplantou em muito a estrita esfera do seu posicionamento ideológico,
tornando-se num dos mais originais e destacados criadores do seu país
no século XX. Ao longo do documentário, podem ser ouvidas algumas
das mais significativas canções da autoria de José Afonso,
interpretadas pelo próprio. Entre os intervenientes, contam-se os
músicos António Vitorino de Almeida, Benedicto García, Caetano
Veloso, Carlos Alberto Moniz, Carlos Correia (“Bóris”), Fausto,
Francisco Fanhais, Francisco Naia, Gilberto Gil, Janita Salomé, João
Afonso, José Jorge Letria, Júlio Pereira, Luís Cília, Luís Góis,
José Mário Branco, José Niza, Luis Pastor, Paco Ibañez, Pi de la
Serra, Rui Pato, Sérgio Godinho e Vitorino Salomé e ainda o editor
discográfico Arnaldo Trindade e amigos de José Afonso, como o
pintor Malangatana, o poeta Eugénio Lisboa, o realizador Luís
Filipe Rocha, o dirigente revolucionário Camilo Mortágua, o militar
de abril Otelo Saraiva de Carvalho, o jornalista Adelino Gomes e o
jornalista e ensaísta alemão Günter Wallraff.
“Maior
que o Pensamento”, uma produção Nanook, é um documentário de
Joaquim Vieira, com edição de Aníbal Carocinho, direção de
produção de Lila Lacerda, consultoria histórica de Irene Flunser
Pimentel e consultoria de Maria Helena Afonso dos Santos.
Parte 1 - Primórdios: http://www.youtube.com/watch?v=SoEV4V9Fcd0
Parte 2 - Combate: http://www.youtube.com/watch?v=2ybNXeR0hvo
Parte 3 - Liberdade: http://www.youtube.com/watch?v=-t892yBVuiQ
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Documentários | O Dia que Durou 21 Anos (2011)
Realização: Flávio Tavares
Sinopse:
Num clima de suspense e acção, o documentário apresenta os bastidores da participação do
governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964, que durou até
1985 e instaurou uma ditadura no Brasil. Pela primeira vez, na
televisão, documentos do arquivo norte-americano, classificados
durante 46 anos como Top
Secret,
são expostos ao público. Textos de telegramas, gravações de telefonemas, depoimentos contundentes e imagens inéditas
fazem parte desta série iconográfica, narrada pelo jornalista
Flávio Tavares.
Filmes | Germinal (1993)
Realização: Claude Berri
Sinopse:
Baseado na obra de Emile Zola, o filme retrata o processo de gestação e maturação dos movimentos grevistas e de uma atitude mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século XIX, na França, em relação à exploração dos seus patrões.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Filmes | Araguaia - A Conspiração do Silêncio (2004)
Realização: Ronaldo Duque
Sinopse:
"Araguaia
- A Conspiração do Silêncio" é uma longa-metragem de ficção
baseada na pesquisa empreendida pelo realizador Ronaldo Duque sobre a
Guerrilha do Araguaia, um importante episódio da história
brasileira. A presença de guerrilheiros comunistas (militantes do
PCdoB) no Araguaia, de 1966 até 1974, levou educação e saúde de
graça à população miserável que habitava a região do Bico do
Papagaio, por esse motivo, conviveram em harmônia com o povo do
Araguaia. A Ditadura Militar descobre o movimento guerrilheiro em
1972, e durante três campanhas militares assassinam brutalmente a
maior parte dos membros da guerrilha, massacrando e torturando também
a população local e marcando definitivamente o Estado do Pará como
uma terra sem lei. Graças a este episódio da sua história, o
Brasil ficou reconhecido internacionalmente como um violador dos
direitos humanos.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Documentários | Ao Sul da Fronteira (2009)
Realização: Oliver Stone
Sinopse:
O
director Oliver Stone viaja por seis países da América do Sul e por
Cuba, numa tentativa de compreender o fenômeno que os levou a ter
governos de esquerda na primeira década do século XXI. Através de
conversas com Hugo Chávez (Venezuela), Cristina Kirchner
(Argentina), Evo Morales (Bolívia), Luiz Inácio Lula da Silva
(Brasil), Fernando Lugo (Paraguai), Rafael Correa (Equador) e Raul
Castro (Cuba), é analisado o modo como os mídia acompanham cada
governo e o maneira como lidam com os Estados Unidos e órgãos
mundiais como o FMI.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Poesia | Ary dos Santos - Tomar Partido
Tomar
partido é irmos à raiz
do campo aceso da fraternidade
pois a razão dos pobres não se diz
mas conquista-se a golpes de vontade.
Cantaremos a força de um país
que pode ser a pátria da verdade
e a palavra mais alta que se diz
é a linda palavra liberdade.
Tomar partido é sermos como somos
é tirarmos de tudo quanto fomos
um exemplo um pássaro uma flor.
Tomar partido é ter inteligência
é sabermos em alma e consciência
que o Partido que temos é melhor.
E CADA VEZ SOMOS MAIS
Pela espora da opressão
pela carne maltratada
mantendo no coração
a esperança conquistada.
Por tanta sede de pão
que a água ficou vidrada
nos nossos olhos que estão
virados à madrugada.
Por sermos nós o Partido
Comunista e Português
por isso é que faz sentido
sermos mais de cada vez.
Por estarmos sempre onde está
o povo trabalhador
pela diferença que há
entre o ódio e o amor.
Pela certeza que dá
o ferro que malha a dor
pelo aço da palavra
fúria fogo força flor
por este arado que lavra
um campo muito maior.
Por sermos nós a cantar
e a lutar em português
é que podemos gritar:
Somos mais de cada vez.
do campo aceso da fraternidade
pois a razão dos pobres não se diz
mas conquista-se a golpes de vontade.
Cantaremos a força de um país
que pode ser a pátria da verdade
e a palavra mais alta que se diz
é a linda palavra liberdade.
Tomar partido é sermos como somos
é tirarmos de tudo quanto fomos
um exemplo um pássaro uma flor.
Tomar partido é ter inteligência
é sabermos em alma e consciência
que o Partido que temos é melhor.
E CADA VEZ SOMOS MAIS
Pela espora da opressão
pela carne maltratada
mantendo no coração
a esperança conquistada.
Por tanta sede de pão
que a água ficou vidrada
nos nossos olhos que estão
virados à madrugada.
Por sermos nós o Partido
Comunista e Português
por isso é que faz sentido
sermos mais de cada vez.
Por estarmos sempre onde está
o povo trabalhador
pela diferença que há
entre o ódio e o amor.
Pela certeza que dá
o ferro que malha a dor
pelo aço da palavra
fúria fogo força flor
por este arado que lavra
um campo muito maior.
Por sermos nós a cantar
e a lutar em português
é que podemos gritar:
Somos mais de cada vez.
Por nós trazermos a boca
colada aos lábios do trigo
e por nunca acharmos pouca
a grande palavra amigo
é que a coragem nos toca
mesmo no auge do perigo
até que a voz fique rouca
e destrua o inimigo.
Por sermos nós a diferença
que torna os homens iguais
é que não há quem nos vença
cada vez seremos mais.
Por sermos nós a entrega
a mão que aperta outra mão
a ternura que nos chega
para parir um irmão.
Por sermos nós quem renega
o horror da solidão
por sermos nós quem se apega
ao suor do nosso chão
por sermos nós quem não cega
e vê mais clara a razão
é que somos o Partido
Comunista e Português
aonde só faz sentido
sermos mais de cada vez.
Quantos somos? Como somos?
novos e velhos: iguais.
Sendo o que nós sempre fomos
cada vez seremos mais!
José Carlos Ary dos Santos
Subscrever:
Mensagens (Atom)