Na terminologia economicista do labrego capitalista exaurido de valores, o
primeiro termo do título refere-se a Portugal, Itália, Grécia e Spain
(Espanha). A que depois se acrescentou mais um “i” para a Irlanda e “g” para a
Great Britan (Inglaterra). Esta forma de linguagem violenta e inaceitável foi o
que a política financeira imperial decidiu apodar-nos para mais facilmente se
apoderar das riquezas conseguidas pelo roubo das mais-valias saqueadas à
produção.
À velocidade estonteante com que o grande capital financeiro, os
capitalistas desalmados, se entretêm a vergastar os povos, numa ânsia
incontrolada de “fuga para a frente” face aos desmandos cruéis de “construção”
de miséria, de fome, de desprezo total pela vida humana, escolhem, patéticos,
denominações folclóricas sem nenhum tipo de apoio científico, recorrendo
unicamente à velha “arma” da confusão informativa perante os basbaques que
estão sempre disponíveis, pelo adormecimento congénito, à lambidela do mais
forte.
O alargamento insaciável rumo à pata da besta, já inclui, ou está prestes a
incluir, novos países mais fortalecidos economicamente e que já não respondem
ao regular desenvolvimento (?) económico das suas sociedades desiguais. A
essência do capitalismo mostra-se na sua plenitude: desrespeito total pela vida
humana com a única visão no horizonte de açambarcamento pelo açambarcamento.
Feroz.
A mentira sobre a “crise” (essa palavra apetitosa e fraudulenta) e da falta
de dinheiro terá começado com uma treta qualquer que fala de “subprime” (ou o
que é lá isso), quando seria tão fácil explicar que foi o sistema financeiro
norte-americano que quase implodiu, o que só não aconteceu devido às
torrenciais cargas de dinheiro que os Estados enviaram para a desculpabilização
dos criminosos sem escrúpulos (os banqueiros).
Os banqueiros europeus detêm mais de 80% da dívida total de um conjunto de
países europeus em dificuldade como a Grécia, Irlanda, Portugal, países do
Leste europeu, Espanha e Itália.
O segundo termo é ainda mais pluralista na ofensa gratuita, como se não
fosse aos próprios que se devesse aplicar a denominação, face à incompetência e
gula demonstradas, avançaram com outra “categoria” responsabilizadora. A
criação do “fait-divers” das siglas de carácter ofensivo é de uma arrogância
inaudita. Desta feita a escolha recaiu na Espanha (Spain), na Turquia,
Inglaterra (UK), Portugal, Itália e Dubai (este último país, que víamos
anunciado como o novo paraíso na terra).
É face a este estado de coisas, calamitoso, que é preciso dar respostas
urgentes. A dívida externa é incobravel, sabemo-lo claramente. Mas não sabemos
só de agora, são já longos os anos em que Fidel Castro demonstrou, com superior
clarividência, num discurso na ONU, que as dívidas dos países dependentes não
são possíveis de pagar. É, aliás, legítimo não as pagar, tais são as fabulosas
riquezas que o capital imperialista vai sacando aos povos ao longo deste
“contrato” injusto, da aplicação do garrote fatal, orquestrado por hienas sanguinárias.
Se considerarmos apenas os 90 principais bancos europeus, é preciso saber
que nos próximos dois anos eles deverão refinanciar dívidas no montante
astronómico de 5.400 mil milhões de euros. Isto representa 45% da riqueza
produzida anualmente na União Europeia. Tudo leva a crer que estes números
mastodônticos terão sido já ultrapasados, pela continuada ineficácia da solução
capitalista.
No documento de 18 de Dezembro de 2003, "Das percentagens detidas
pelos bancos centrais europeus no esquema de subscrição dos capitais do Banco
Central Europeu", assinado pelo presidente Jean-Claude Trichet e publicado
na Gazeta Oficial da União Europeia (15.1.2004 L 9/28), é possível observar a
quem pertence, de facto, o BCE.
Eis as percentagens detidas pelas várias instituições financeiras:
Nationale Bank van België/Banque Nationale de Belgique
2,8297 %
Danmarks Nationalbank 1,7216 %
Deutsche
Bundesbank 23,4040 %
Bank of Greece 2,1614 %
Banco de España 8,7801 %
Banque de France 16,5175 %
Central Bank and Financial Services Authority of
Ireland 1,0254 %
Banca d'Italia 14,5726 %
Banque centrale du Luxembourg 0,1708 %
De Nederlandsche Bank 4,4323 %
Oesterreichische Nationalbank 2,3019 %
Banco de Portugal 2,0129 %
Suomen Pankki 1,4298 %
Sveriges Riksbank 2,6636 %
Bank of England
15,9764 %
Esta é, pois, uma crise (?) inventada. Toda esta situação de depauperação
da vida humana, foi arquitectada pelos grandes banqueiros mundiais com a
cumplicidade dos governos, que mais não fizeram do que estar ao serviço de
quem, verdadeiramente, manda no mundo e detém o factor do trabalho como
mão-de-obra prisioneira, que usam, apenas, como números insignificantes da sua
estratégia escravocrata.
Uma visão clara e lúcida!
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